Recordar o papel da família no processo de aprendizagem
Durante os últimos meses temos estado a trabalhar lado a lado, recolhendo os nossos volumes em busca de palavras e ações que possam silenciar o pessimismo de estarmos subitamente fechados em casa, longe das nossas rotinas, colegas, famílias alargadas, e amigos. Mas a jp.ik e as famílias parecem ter-se tornado mais fortes através de interações de qualidade onde a aprendizagem foi colocada tanto como um processo como um resultado.
Numa base semanal, trouxemos-lhe uma série de recursos educativos devidamente curados, para o apoiar nesta exigente tarefa de tornar a casa num lugar de aprendizagem significativo. Todas as sugestões tinham um toque emocional que o ensino à distância podia subestimar, para que a motivação pudesse florescer e para que novos caminhos de comunicação pudessem ser escritos na história familiar. De facto, tentámos aproveitar a oportunidade para fazer regressar o sentido à experiência de aprendizagem e fizemo-lo recordando o papel dos pais como modelos que realmente sabem equilibrar o propósito e o jogo.
Desde vídeos musicais que revelavam segredos das ciências, humanidades e artes até à codificação, composição, viagens e filmes de animação para aprender sobre vírus ou emoções, mantivemos os nossos corações atados à curiosidade e ao conhecimento. A cada recurso educativo, seja ele um software ou aplicação, um conteúdo multimédia, ou um website engenhoso, realçámos a sua relação com os campos temáticos e acrescentámos uma colecção de propostas didácticas para ir mais longe juntos, mostrando que um bom recurso é um estímulo frutuoso para outras narrativas e construções pessoais e académicas. E tudo isto para nos ajudar nesse processo interminável de escrever o nosso storyboard: um processo que tem a aprendizagem do nosso próprio eu e do nosso como uma característica capital para agir em conformidade em relação ao mundo.
Esta perspectiva sobre as famílias tinha outro fundamento e propósito: se os pais/guardiões pudessem sentir-se confiantes ao assumir um papel na aprendizagem intencional, então os professores também seriam apoiados na difícil transição para a educação à distância, sendo assistidos na transferência da aprendizagem e na consolidação das disciplinas em ligações do mundo real que eram feitas em casa.
Assim, sentimos que a nossa missão aqui já foi cumprida, pois acreditamos que cada acção intencional para os outros deve vislumbrar a sua autonomia e agência. E estamos certos de que já estava preparado ou disposto a encontrar os seus caminhos através de conteúdos digitais ou transmedia. Mas continuaremos a apoiá-lo indirectamente, apoiando os seus filhos professores!
Estes últimos meses revelaram que a nossa educação formal não estava pronta para esta transição. Se a aprendizagem foi possível, foi devido a uma abordagem ascendente, em que os professores, juntamente com os directores e os pais, assumiram a liderança, encontrando tantas formas surpreendentes de lidar com ela ou mesmo de ter sucesso. De qualquer modo, estes eram tempos desafiantes e verdadeiramente exigentes para os professores, pois tinham de responder às necessidades dos seus alunos e pais enquanto realizavam as suas próprias fragilidades e necessidades neste processo. O seu próprio desenvolvimento profissional foi muitas vezes colocado na equação como uma peça crucial que não deve ser esquecida: embora estejam a lidar com outras necessidades, são alunos para toda a vida juntamente com os seus alunos. E aqueles que não tiveram medo de o reconhecer, fizeram uma viagem significativa de experimentação com os seus estudantes, onde novas formas de codificar e expressar o mundo (interior) ganharam vida. Assim, pensamos que agora devemos esta vez aos professores. A mesma curadoria que fizemos por si, estaremos agora a fazer aos professores, dando sentido ao universo das aplicações didácticas e dos sítios Web lá fora. Porque todos sabemos que eles podem ser realmente esmagadores sem uma linha orientadora! Portanto, proporemos aos professores um alinhamento claro desse conteúdo digital com os currículos e a estratégia onde a aprendizagem baseada em projectos, a exploração em grupo e uma introspecção pessoal significativa podem ser mantidos como ingredientes que uma experiência de aprendizagem deve garantir se é presencial, online-based, blended ou híbrida.
Portanto, é a sua vez agora! Adoraríamos tê-los como campeões ou embaixadores nesta missão, envolvendo professores com as nossas dicas mensais, que começarão prontamente em Setembro próximo. E mantenhamos o trabalho conjunto, não só porque juntos vamos mais longe, mas porque aprendemos realmente ao longo do processo, através das dissonâncias da viagem e dos ecos de apreciação da paisagem a partir do mesmo autocarro. Obviamente, esperamos descobrir algo ou pelo menos desempenharemos as nossas funções menos cansados e as nossas galerias e escadas serão definitivamente reveladas a partir de uma porta diferente.
No caso de querer recordar todos os recursos que temos partilhado, aqui está ele:
Contribuição por:
Ana Mouta, Ana Paulino and Inês Sá Couto, Especialistas em Pedagogia na jp.ik.
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